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quarta-feira, 18/dezembro/2024

Juiz manda delegada encaminhar inquéritos da “Grampolândia”

Atualmente, há oito investigações em andamento a respeito do caso em Mato Grosso

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O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que a delegada Ana Cristina Feldner, responsável pela investigação da “Grampolândia Pantaneira”, encaminhe a ele todos os inquéritos sobre o caso já produzidos até o momento.

A decisão é do dia 18 de fevereiro e atende a um pedido do promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira, que pede acesso às investigações.

O caso das supostas interceptações telefônicas ilegais ocorridas durante o Governo Pedro Taques (2015-2018) veio à tona em 2017. Militares teriam montado um escritório de “arapongagem” para ouvir ligações de adversários de Taques.

Atualmente, a delegada Ana Cristina Feldner é responsável por atuar em oito inquéritos que apuram os grampos em Mato Grosso.

“Compulsando detidamente os autos, denota-se que a autoridade policial encaminhou o presente inquérito policial em cumprimento à decisão proferida em 18 de fevereiro de 2021, na qual determinou-se a remessa, ao juízo, de todos os inquéritos relativos à Grampolândia Pantaneira, visando assegurar ao Ministério Público o seu direito de fiscalizar e requerer diligências”, escreveu o magistrado em publicação nesta quinta-feira (22).

Desta forma, o magistrado abriu vista ao Ministério Público Estadual para requerer “o que de direito”. Isso quer dizer que, caso o MPE deseje, poderá requisitar alguma nova diligência.

Entenda

Em fevereiro deste ano, o órgão pediu à Justiça o encaminhamento de três dos oito inquéritos pelos quais Felder é responsável.

No pedido, o promotor ainda pede que caso não seja feito em 10 dias, que a Justiça determine busca e apreensão de todas as oito investigações em andamento.

À imprensa, a delegada classificou o pedido como “antiético” e “desnecessário”. Para ela, se dependesse de Reinaldo as investigações da “Grampolândia Pantaneira” já estariam arquivadas.

“Eu não tenho conhecimento desse parecer do Ministério Público. Mas eu só tenho a lamentar tal parecer, porque o MPE deveria se preocupar em apurar a verdade real, em identificar os culpados”, disse.

“Desde o início, o MPE sempre tem manifestado contrário às investigações da Grampolândia Pantaneir”, afirmou.

Segundo a delegada, o promotor assinou um parecer pedindo o arquivamento antes do final das investigações. “Isso que é o mais lamentável de tudo. O MPE pedir para arquivar uma investigação sem ela ter terminado. Investigação essa que, recentemente, os ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça] de forma unânime julgaram que não deveria ser arquivada”, acrescentou.

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