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terça-feira, 08/outubro/2024

Cantora cuiabana celebra diversidade em videoclipe; canção exalta amor entre duas mulheres

Ela aposta na linguagem universal da música para falar das suas emoções e quer que outras pessoas, assim como ela, se sintam representadas

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Em novo projeto, a cantora e compositora Paula Shaira evoca toda doçura para celebrar o amor em sua diversidade. Uma mensagem escrita no compasso nostálgico das teclas de uma máquina de escrever dá a deixa a “Bilhete”, música a ser lançada nas plataformas de streaming, Deezer e Spotfy, no dia 30 de abril.  Já o videoclipe de divulgação da música chega ao seu canal oficial no YouTube no dia 5 de maio. A direção é de André Zambonini.

Shaira aposta que talvez seja esta, a primeira produção audiovisual de Cuiabá a exaltar o amor entre duas mulheres. “Essa é minha história também, quero que a música – uma linguagem universal – me represente, fale sobre mim. Quero que pessoas que compartilham desses sentimentos, se sintam representados do mesmo modo”, ressalta a cantora.

A letra fala sobre o desejo de um reencontro. “De fazer morada em alguém. Do lar que não é um lugar, mas uma pessoa”, descreve. “E para traduzir várias nuances da narrativa, tem um pouco de folk com pegada brazuca. Tem ainda, em caráter experimental, as batidas da máquina de escrever como elemento percussivo. Gostei muito do resultado”, diz Paula Shaira.

A produção é do músico Lucas Oliveira, do time da Sumac Records. “Eu tenho muito a agradecer ao Lucas, ao João Reis, que fez o violão e ao Willian Kanashiro, que fez a ponte entre mim e a equipe da Sumac. Importante citar também o músico João Abrantes, que é como um irmão para mim. Durante toda a produção me deu todo suporte necessário e inclusive, participou do clipe”.

Ao comentar suas apostas, Lucas diz que priorizou a leveza. “Isso da máquina de escrever foi uma aposta para fundir o auditivo e visual. Montei os sons da máquina em uma bateria eletrônica e João Reis fez o violão. Outro elemento percussivo foi a moringa, um instrumento árabe de percussão que traz um tom mais alegre e orgânico”, descreve Lucas Oliveira.

Depois disso, entrou em cena um dos mais importantes engenheiros de som do Brasil. “Ela foi mixada por Luiz Paulo Serafim, que já trabalhou com Caetano Veloso, Rita Lee e Djavan, dentre outros gigantes da música popular brasileira”.

Produzindo na pandemia

A propósito, foi a partir de uma provocação da Sumac Records, que ela se inscreveu no edital da Lei Aldir Blanc e enfim, concretizou com a seleção do projeto “Bilhete, com Paula Shaira”, no Edital MT Nascentes, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).

Mal imaginava que mesmo em meio às condições tão adversas impostas pela pandemia, conseguiria realizar um trabalho tão elaborado, com suporte técnico e criativo.

Ultimamente também não estava conseguindo concentrar os esforços na produção autoral dada a agenda movimentada de apresentações em bares e casas de show de Cuiabá e Sinop.

“Tive que dar um tempo, pois precisava me manter. Daí a gente tem que realizar outros tipos de trabalho, além de apostar no trabalho de intérprete para manter a agenda de apresentações. Agora, enfim, estou realizando mais um sonho”.

O secretário de Estado de Cultura, Esportes e Lazer (Secel-MT), Alberto Machado, músico que é, se entusiasma com o projeto. “Muitos artistas tiveram que interromper sua agenda, de onde tiram seu sustento. Este edital foi importante porque além de garantir renda aos artistas, possibilitou que eles desenvolvessem novos projetos. Paula Shaira tem muito potencial. Estamos curiosos para conhecer a nova música”.

Trajetória

Paula Shaira, hoje com 23 anos, deu os primeiros passos rumo à música, aos 13, motivada pelo irmão e sua mãe (in memorian). “Eles foram muito importantes e me incentivaram muito. Mas o despertar veio mesmo quando comecei a tocar o violão de um amigo. Foi então que passei a compor. Aos 15, já tinha 180 músicas”, orgulha-se. No processo de composição, cria primeiro as melodias e então, a letra surge.

Das incursões por estúdios, foi em 2013, também aos 15, que passou a produzir suas músicas no estúdio de Well Ribeiro.

“A primeira vez que entrei no estúdio foi para gravar músicas de uma banda que eu tinha que se chamava ‘Estúdio Zero’ junto com meu amigo Hyago Felipe. Conseguimos gravar na época porque fui ‘apadrinhada’ pelo meu amigo Rodrigo Marcell, que sempre me ajudou muito e custeou as gravações. Pagou inclusive aulas de canto para mim quando eu não podia arcar com os custos. Aulas essas com a preparadora vocal Raquel Rocha que continua me acompanhando, devo muito a ela”.

Sua carreira solo profissional começava a se delinear, pois logo veio o primeiro EP, com a produção de Thomas Alexander, baterista da Restart.

“Ele se tornou um parceiro musical. À ocasião, gravamos quatro músicas sendo que duas delas, eu passei a tocar bastante nas noites e eventos de música autoral. A ‘Descaso’ e ‘Tô bem assim’”.

Em 2018 passou a morar na casa do amigo Paul Domingos, em São Thomé das Letras (MG). “Já moramos juntos antes em São Paulo, mas foi em 2018 que passamos a produzir mais conteúdo. Ele começou a gravar minhas coisas. Idealizamos o projeto sinestésico ‘Um Dia Inteiro’”. O projeto consistia na criação de três vídeos, reproduzindo ‘sensações’ em cada um deles. O primeiro é o da manhã.

“Uma música minha chamada ‘Canção de Ninar para meu eu distante’ com sons característicos da manhã; o 2° é o da tarde chuvosa e a música se chama ‘Nasceu assim’ e por fim, o terceiro é o da noite. A música se chama ‘Sem ar’ e conta com o vento, fogueira crepitando, sons noturnos”, explica.

Ao voltar de São Thomé, começou a trabalhar cada vez mais com apresentações em barzinhos, fazendo música ao vivo. E eis que em meados de 2020, Paul mostrou o trabalho da cantora para o diretor artístico Marcos Maynard, que já atuou como diretor artístico da CBS, presidente da Polygram e da EMI no Brasil e diretor da Abril Music, além de lançar grandes nomes da música brasileira. A partir daí, integrou o casting da Editora Maynard.

“Ele gostou do meu trabalho. Nos conhecemos e novamente, com a produção de Thomas, gravei mais três músicas. Foi um contato bem legal que fiz, pois daí foram gravadas ‘Ioiô’, ‘Sozinha’ e ‘Toda errada’. Depois veio a pandemia e comecei a produzir músicas à distância com Thomas e ainda pela Maynard, produzi músicas como ‘Acredito no Amanhã’ e uma ainda a ser lançada”, adianta.

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