Grupo formado por 336 representantes de empresas do agronegócio, setor financeiro e sociedade civil, divulgou nesta quarta-feira (3) uma nota em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Entre elas está a Amaggi que possui em seus quadros, o ex-ministro da Agricultura e ex-governador, Blairo Maggi (PP).
A divulgação da nota ocorre em meio a manifestações de diversas entidades em defesa do sistema eleitoral brasileiro, incluindo a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, que já reuniu mais de 700 mil assinaturas. O documento foi assinado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura do qual Amaggi faz parte.
“O Brasil dedicou-se a edificar um regime cidadão, nos último 37 anos, de instituições sólidas e calcado no respeito à lei e no equilíbrio de direitos e deveres. Em seu alicerce estão eleições limpas, onde se manifesta a vontade popular”, diz a carta da Coalizão. “O futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado Democrático de Direito”, continua.
Entre as entidades que compõem a coalizão estão Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Bayer, Carrefour, Nestlé e Vale. Confira a lista completa de empresas que fazem parte do grupo.
Pessoalmente, o ex-ministro já havia assinado na semana passada, a Carta em Defesa da Democracia, produzida pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
A carta em defesa da democracia foi lançada no dia 26 de julho por juristas e pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). O manifesto não cita o governo federal e nenhuma sigla que tenha representantes concorrendo nas eleições de 2022. Todavia preocupou o presidente Jair Bolsonaro que inicialmente debochou da iniciativa, mas nessa semana postou um pequeno texto no Twitter dizendo que ‘Por meio desta, sou a favor da democracia”.
É possível assinar a carta após preencher um formulário feito pela Faculdade de Direito da USP, sendo necessário consentir com um termo para o tratamento de dados elaborado pelos organizadores.
Veja nota na integra:
Nota da Coalizão Brasil em defesa da democracia e do processo eleitoral 3 de agosto de 2022 A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura posiciona-se, em diversas ocasiões, em prol de uma agenda que alavanque o desenvolvimento sustentável, a economia de baixo carbono, o combate ao desmatamento e às mudanças climáticas, entre tantos assuntos de uma pauta cada vez mais ampla e transversal.
Desta vez, no entanto, nosso movimento vem a público em apoio a uma bandeira sem a qual nenhuma das demais é possível: a defesa da democracia. Nos últimos 37 anos, o Brasil dedicou-se a edificar um regime cidadão, de instituições sólidas e calcado no respeito à lei e no equilíbrio de direitos e deveres. Em seu alicerce estão eleições limpas, onde se manifesta a vontade popular.
É sobre elas que se pavimenta o caminho para um país melhor, mais maduro, melhor conceituado na comunidade internacional, mais apto a liderar o debate e a implementação de agendas urgentes e que provocam mobilização crescente no mundo inteiro, como a da sustentabilidade e das mudanças climáticas.
O futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado democrático de Direito.
A Coalizão Brasil divulgou recentemente suas propostas aos candidatos para as próximas eleições. Nossas contribuições giram em torno de três eixos: o combate ao desmatamento e à perda de recursos naturais; a produção de alimentos e o combate à fome; e a geração de emprego e renda. E ressaltamos que o processo eleitoral é inquestionável e imprescindível para toda e qualquer discussão que vise à prosperidade do país.
Sem democracia não há desenvolvimento e sustentabilidade. Sem sustentabilidade não há futuro possível.